Por Dalton Costa Carvalho de LimaÉ incrível como a tecnologia consegue prender a nossa atenção. Sempre fui apaixonado por games. O primeiro console que fez parte de minha vida foi um Atari. Meu pai havia chegado em casa com aquela grande novidade eletrônica, em uma caixa de papelão com uma foto do console na frente. Eu nem sabia o quê era um console de videogame, mas quando meu pai instalou o aparelho na TV, foi como mágica! Controlar imagens eletrônicas era algo incrível! Um mundo eletrônico, onde eu poderia controlar um personagem em cenários coloridos foi paixão a primeira vista. Hoje, tenho 29 anos e sou formado em Marketing. Já joguei muitos games para NES, Mega Drive, Super Nes, Nintendo 64, Playstation 1 e 2, XBOX...
Meu Trabalho de Conclusão de Curso foi a respeito de como funciona o marketing no mundo dos games. Após ter feito várias pesquisas, consegui carregar comigo uma bagagem de informações importantes para a profissão que quero seguir. Mas o quê seria o Marketing para Games?
Jogos eletrônicos são produtos que, de alguma forma, serão vendidos (ou distribuídos gratuitamente) para um determinado público. Cada faixa etária identifica-se com algum estilo de game. A idéia principal do marketing é criar produtos que atendam as necessidades dos clientes. Caso eles não fiquem satisfeitos, deve-se estudar maneiras de resolver esse problema. No caso dos gamers, inúmeras pesquisas são feitas, cujo objetivo é saber como anda a popularidade de cada estilo de jogo. Mas quando um determinado game não atrai a atenção dos consumidores, inovações começam a ser criadas para que os jogadores fiquem satisfeitos. Ou seja: embora belos gráficos valorizem um jogo, se não houver criatividade, o game fará pouco sucesso (ou talvez nem faça).
Outro elemento importante no marketing para games é a quantidade de jogos produzidos para um console. Por mais avançado que seja tal aparelho, o consumidor pensará também na quantidade de games feitos para o console e na variedade de estilos existentes para o aparelho. Na época do “NES”, quando ele realmente estourou aqui no Brasil, havia uma grande quantidade de games para o console de 8 bits da Nintendo. Esse foi o maior atrativo para os consumidores daquela época. Porém, hoje em dia, os jogadores continuam a valorizar a quantidade de games e a variedade de estilos de jogos feitos para o console (o XBOX 360 foi lançado antes do Playstation 3 e Nintendo Wii, por isso existe uma quantidade de games bem maior no mercado, se compararmos com os lançamentos de games das concorrentes da Microsoft).
Um fator importante no marketing para games é a inovação tecnológica, onde cada console possui diversos atrativos. Gráficos de última geração e qualidade sonora são fatores que chamam a atenção dos jogadores. O XBOX 360 surpreendeu quando foi lançado. A Microsoft planejou colocar no mercado um aparelho de última geração, e realmente conseguiu. A Sony também seguiu essa mesma estratégia, e utilizou tecnologia de ponta para o tão aguardado “Playstation 3”. Mas a Nintendo foi por um outro caminho. A idéia principal da empresa era lançar um console que atraísse a atenção de consumidores de diversas faixas etárias, incluindo pessoas que nunca pensaram em jogar um videogame. Ao invés de investir em gráficos de ultima geração, achou melhor inovar na forma como os gamers iriam interagir com os jogos. Foi assim que nasceu o Nintendo Revolution, que mais tarde acabou sendo rebatizado como “Nintendo Wii”.
Ao meu ver, a interatividade existente entre o gamer e os jogos do Wii inovou em algo que já existia á algum tempo: a “Realidade Virtual”. Segundo especialistas, realidade virtual é qualquer tecnologia que possui interface avançada entre o usuário e o sistema computacional. No caso da Nintendo, ao invés de óculos tridimensionais, a empresa conseguiu criar um joystick capaz de fazer com que o gamer interaja de forma surpreendente com seus jogos. Essa estratégia criou uma revolução no mundo dos games.
O Nintendo Wii, com suas limitações gráficas, alcançou o segundo lugar no ranking dos consoles mais vendidos. Porém, em um mercado tão competitivo, a Nintendo precisará conquistar também aquele público que valoriza gráficos de última geração. Sony e Microsoft provavelmente farão o mesmo, mas visando o público que espera por algo á mais do que belos gráficos. Certamente, os novos consoles de última geração irão receber algumas novidades para atrair esses novos consumidores. Sorte dos gamers? Talvez, pois todo avanço tecnológico possui um preço.
Quanto mais avançado o aparelho, mais caro ele irá custar. Nos Estados Unidos, alguns consumidores reclamam do preço dos consoles e games de última geração. Mas se compararmos ao valor que precisamos “engolir” quando queremos comprar um videogame em território nacional, nota-se que os americanos reclamam de “barriga cheia”. Os altos impostos existentes em nosso país simplesmente fazem com que os consoles e games cheguem por aqui com preços abusivos. Esse é um problema que precisa ser levado a sério, pois ele acaba valorizando a pirataria no Brasil.
Resumindo: no marketing para games, elementos como a valorização do consumidor, criação de produtos inovadores e a variedade de títulos disponíveis para as plataformas são estratégias de extrema importância. Sem elas, o sucesso dificilmente chegará nas mãos das empresas de games.
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