14.1.06

Cuidado: os malas do interactive marketing estão invadindo os games

Por Flavio Jarabeck

Interactive marketing, ou marketing interativo, são duas palavrinhas bonitas para definir os profissionais que trabalham com o mercado de mídia, propaganda e marketing voltado para a internet. Interativo porque supostamente o usuário teria obrigatoriamente que ter alguma interação com a mídia exposta em um website.

Bem, como todos nós bem sabemos, estes sujeitos são os responsáveis pelas coisas mais odiosas e pentelhas que circulam pela internet, tendo como hors-concours o famoso popup (aquelas janelinhas irritantes que aparecem sem você pedir). É claro que existem dois lados nessa moeda, dois tipos de profissionais: aqueles que respeitam a missão e foco da empresa, consequentemente respeitando o seu cliente, e aqueles que não estão nem aí, pois tem que cumprir "as metas do departamento" e acabam vendendo "a mãe" pro anunciante e a alma ao diabo. É por isso que vemos por aí verdadeiros descasos com o usuário internauta.

Não critíco o marketing interativo pelo seu trabalho, critico-o pelo abuso do uso de tecnologias que literalmente invadem o navegador do usuário, abusam de sua paciência, e algumas vezes, comprometem sua privacidade. Quem já não xingou diante de um popup que apareceu, do além, enquanto estava navegando em seu site favorito? Quem já não desejou a morte do criador daquele banner infame que fica piscando incesantemente em vermelho e amarelo, enquanto você tenta ler (desconfortavelmente, é claro) o texto do seu site favorito? Quem já não "clicou errado" tentando fechar aquelas porcarias que ficam flutuando na frente da página que você está tentando ler sossegadamente, disparando sem querer o site do anunciante?

Não me tomem mal, trabalhei durante anos em (e com) grandes portais e falo com conhecimento de causa. Daria pra escrever um livro só sobre esse assunto. Abuso é abuso, invasão é invasão, não tem desculpa.

Como a internet é um mercado muito novo, ainda não se tem números sobre os efeitos reais e diretos que esses tipos de abuso causam em usuários assinantes de serviços, e é esta a justificativa que os sujeitos do marketing interativo dão para continuar... pentelhando o usuário!

Bem, o que tudo isto tem a ver com o mundo dos games? Ahhhhhh, você acha que eles não dariam um jeitinho de invadir o seu game preferido?

Recentemente foi descoberto que um patch do game SWAT 4 misteriosamente começou a "telefonar pra casa", gíria geralmente usada quando um software inadvertidamente começa a contatar seu fabricante pela internet, baixando posters para serem inseridos dentro dos cenários do jogo. Não bastasse isso, o patch também fez com que o jogo enviasse estatísticas sobre o tempo em que o poster foi visto e por qual gamer!

O patch do SWAT 4 continha o que foi denominado, pelo arquivo README, de "Massive Streaming Ad Support". O nome, por si só, já assusta. O quê você vai pensar quando ler isso?

Os caras tem a cara-de-pau de usar a minha banda pra meter anúncios no meu jogo? No jogo que eu paguei uma nota?

Como se não bastasse pagarmos uma nota por um game, ainda somos maltratados virtualmente por anúncios no meio do cenário de um jogo. Acaba completamente com o clima do jogo. Eu imagino como se sentem os desenvolvedores dos cenários, que provavelmente levaram meses para criar a ambientação correta para determinado mapa, verem que agora tem um poster gigante, amarelo, lustroso, em um galpão que supostamente estava abandonado. Pera lá!

É disto que eu falo: respeito ao cliente!

Para quem é fã, ou quer conhecer mais sobre este absurdo, acesse o artigo (meio nerd, mas não se preocupe, leia-o superficialmente que você o entenderá do mesmo jeito) em: www.nationalcheeseemporium.org

Links relacionados:
A inspiração: visite o site
O game citado: SWAT 4

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5 Comentários

At 14/01/2006, 03:52, Blogger tiago disse aqui no GameReporter.org...

Eh seu Jara, daqui a pouco os games vao estar iguais aqueles muros com cartazes baratos

"Show do Calcinha Preta"
"Nova temporada de Preta Gil"
"Babado novo lanca seu novo CD"

:D

 
At 16/01/2006, 05:54, Anonymous Anônimo disse aqui no GameReporter.org...

Naaaaaaaaaao =\\ Agora o que resta é rezar pra que nao vire "moda" entre as empresas que desenvolvem os games. É realmente broxante você estar no meio de um jogo, ta indo matar o "ultimo chefe", com uma trilha sonora perfeita, que sem duvidas demorou muito tempo pra ser produzida, dando o clima do jogo, no meio da escuridao quando subtamente vem o tal do ultimo chefe... e, do seu lado... um banner do site do clan do verbal.

Parabens Flavio, curti bastante o texto!

 
At 16/01/2006, 05:55, Anonymous Anônimo disse aqui no GameReporter.org...

Completando:
Viva os crackers! Quem sabe agora a nova briga entre crackers e desenvolvedores não seja para patchs removedores de propagandas =)

 
At 16/01/2006, 12:25, Anonymous Anônimo disse aqui no GameReporter.org...

Jarabeck para presidente!

 
At 07/02/2006, 13:37, Blogger Francismar Lemos disse aqui no GameReporter.org...

Concordo que propagandas no meio digital que atrapalhem a interface do produto (seja ele a internet, softwares e até mesmo games) chegam a deixar o usuário com uma experiência ruim, e ao invés de melhorar o marketing do anunciante, só denigre sua imagem.
Mas sejamos coerentes, o marketing é algo irreversível na sociedade atual e, mais do que isso, já faz totalmente parte de nossa cultura. O marketing digital é só mais um meio de propagação.
Você reclama de ver uma propaganda em um serviço de TV paga? Pois em se tratando de pagar por um serviço, como você paga por games, é o mesmo princípio.
É possível fazer propaganda digital sem interferir a interface em questão (como por exemplo, neste site existe uma barra de propaganda vertical - muito bem elaborada - à direita da página). E isto é bom para o anunciante, o meio que a propaga (como no exemplo, este site), e os usuários que não ficam prejudicados na experiência do uso do site.
E se isso é possível em um site, é totalmente possível em um game. Afinal, gamers são um grande e ótimo público.
Tudo questão de bom senso e teconologia apropriada.

 

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